sábado, março 25, 2017

A inteligência amarela

E , subitamente, o V. Setúbal, o carrasco que nesta edição do campeonato sonegou 5 pontos ao campeão, transformou-se à pala do esforço do seu coletivo e de dois toques de magia de um tal João Carvalho naquilo a que se pode chamar, com toda a propriedade, ‘o abono de família do Benfica’ porque foi ao Estádio do Dragão empatar com o FC Porto exibindo uma total desconsideração pelo programa das festas, um supino descaramento perante o ‘status quo’ e uma inaceitável falta de humildade perante o triste fado que lhe estava traçado. 

Frustração, tristeza, deceção – foram estas as palavras com que Nuno Espírito Santo resumiu o que lhe ia na alma mal o jogo terminou. Mas não serão estas as palavras condescendentes com que a massa adepta do FC Porto terá avaliado o trabalho do seu treinador e da sua equipa consumado o empate caseiro com o V. Setúbal. 

E tal como muitos adeptos do Benfica, aqueles menos sugestionáveis pela bolorenta tradição de assacar aos árbitros todas as culpas, se recusaram a ver numa eventual grande penalidade perdoada ao Paços de Ferreira nos derradeiros segundos do jogo a explicação completa para a exibição ineficaz e para o triste nulo de sábado, também muitos adeptos do Porto, os menos sugestionáveis pelos ditames da propaganda, não aceitarão no seu íntimo que houve 2 pontos a voar no domingo por causa de o árbitro se ter recusado a apontar, no mínimo, três vezes para a marca de penálti como era costume antigamente. 

Esta foi a jornada em que, para lá do exposto, se viu fortemente abalada pelos acontecimentos reais a teoria da chamada gestão inteligente dos cartões amarelos que, em termos práticos de resultados, se revelaria de uma burrice a toda a prova. 

Com conivências inadmissíveis na exigência de um 5º cartão que o colocaria fora do clássico, o massacre a Pizzi durou uma semana inteira nas primeiras páginas dos jornais e redundou num fracasso. Por outro lado, com cânticos à sagacidade de Nuno Espírito Santo, a tal gestão dos amarelos a pensar no clássico tirou Maxi Pereira e André André do joguinho a feijões com o V. Setúbal. 

E, agora, vão lá perguntar aos adeptos portistas se não lhes fizeram falta, no domingo, os dois excedentários do assalto falhado à liderança. Certo é que também Pizzi vai jogar o clássico. E Felipe também lá estará, se bem que podia ter sido expulso sem escândalo nos instantes finais do jogo com o Vitória. 

Mas não foi expulso e ainda bem. Quem sabe se não volta a escorregar no Dia das Mentiras e, assim, cairá uma vez mais por terra o trabalho porfiado dos cientistas dessa extraordinária especialidade de gestão em cartões amarelos. 



Outras histórias... 
Reescrever a História na Costa Remediada 
A inauguração do Pavilhão ex-João Rocha, esse incompetente.  
Em digressão pela Costa Rica, o presidente do Sporting admitiu fazer o sacrifício de prolongar a sua estada se o proposto martírio, pacífico ou caribenho, tanto faz, garantir que o Sporting continua a recuperar os pontos que leva de atraso dos seus alegados rivais como aconteceu no último fim de semana. 

É que ambos, por comparação com o Sporting, continuam muito bem instalados no topo da tabela. Na condição de líder ou em qualquer outra condição, Bruno terá, no entanto, de regressar ao país já em abril para proceder formalmente à inauguração do Pavilhão João Rocha ou, melhor, do Pavilhão ex-João Rocha. 

Isto, tendo em conta que, de acordo com o que afirmou perentoriamente a um oceano de distância, nem João Rocha prestou para alguma coisa como presidente do Sporting. Nem Rocha, nem nenhum outro se lhe chega aos calcanhares. "Em 110 anos não vi um presidente preocupado com a nossa identidade", disse na Costa Rica. Ou na Costa Pobre. Ou terá sido na Costa Remediada?


Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha


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