sábado, junho 17, 2017

Fejsa já é padre há 9 anos

Fejsa, o sérvio do Benfica, foi esta semana notícia em várias publicações estrangeiras – nomeadamente em Espanha e em Inglaterra – pelo facto, aliás bastante absurdo, de colecionar ininterruptamente títulos desde o ano de 2008. 

O diário madrileno ‘As’, por exemplo, aconselha os possíveis interessados nos serviços do médio defensivo da Luz a não perder tempo porque "contratar Fejsa é garantia de ganhar o campeonato, seja que campeonato for". Depois elencam os espantadíssimos espanhóis o rol dos 9 títulos ganhos de enfiada pelo sérvio: 3 com a camisola do Partizan de Belgrado (2008-2011), 2 com a camisola do Olympiacos (2011-2013) e os 4 com aquela camisola vermelha de que a Madonna tanto gosta (2013-2017). 

Os elogios a Fejsa vindos da imprensa internacional compreendem-se. Um palmarés individual deste calibre deve ser caso único no mundo. E se em Portugal, com toda a franqueza, ninguém se lembra das exibições do sérvio no Partizan e no Olympiacos, já o seu contributo para o tetra do Benfica está fresco e amplamente documentado. 

Qual será, na realidade, o mistério de Ljubomir Fejsa? Que receita terá o sérvio que lhe vem garantindo um percurso profissional a terminar em festa ano após ano? E terá consciência Luís Filipe Vieira, o presidente do Benfica, que se vender Fejsa neste defeso e perder o título na próxima época não haverá quem não conclua que foi a falta do sérvio que impediu a equipa de Rui Vitória de chegar ao ‘penta’? 

Todas estas questões de capital importância para os benfiquistas são, naturalmente, falsas questões para os seus rivais diretos em Portugal. Para eles, no cúmulo de uma frustração com 4 anos, Fejsa, tal como os outros todos, não joga a ponta de um chavelho. 

E, desprezando até as trafulhices mais do que certas que levaram o Partizan e o Olympiacos a serem campeões com Fejsa – cartilhas em cirílico? missas ortodoxas? – já as razões que explicam este novo período de hegemonia do Benfica em Portugal estão à vista de todos e pelas piores razões: a aliança anti-Benfica fez eleger um presidente da Liga que sendo do Benfica-anti-Benfica se tem vindo a revelar de uma inépcia total desde o tristíssimo momento em que deixou de usar o apito e passou a usar gravata. 

Sérgio Conceição, muito atento, já se encarregou de traçar o destino de Fejsa e do Benfica – ou do Benfica sem Fejsa? – para 2017/18. "Não vão ser pentacampeões!", garantiu o técnico. Como é possível dizer-se uma coisa destas sem se saber ainda se o verdadeiro ‘padre’ da Luz, o mais fiável dos ‘padres’ da Luz, fica ou vai embora? Corrupção, isto cheira a corrupção… 



Outras histórias 
Um caso urgente de saúde pública 
Já estão a salvo os transeuntes nas nossas ‘zonas técnicas’ 
A velha guerra que opõe há mais de um século Benfica e Sporting atingiu esta semana um patamar que se poderá definir de ‘saúde pública’ e também da sua imperiosa legislação. 

O Benfica fez aprovar na última assembleia-geral da Liga um artigo regulamentar que considera "revelador de indignidade agravada" o ato de "fumar cigarros e cigarros eletrónicos" na chamada zona técnica dos estádios, bem como o ato de "expelir fumo ou quaisquer outras substâncias, tais como saliva" na direção de transeuntes nas referidas zonas técnicas. 

A proposta foi aprovada com 7 votos a favor, 4 votos contra e 36 abstenções, sendo que o Arouca (pois claro!) votou com o Benfica enquanto Sporting e Porto (vá-se lá saber porquê…) votaram contra este afã civilizacional vindo da Luz. 

Os 36 clubes que se abstiveram permitiram a aprovação da proposta que, pelo lado do Sporting, foi considerada uma afronta direta ao presidente Bruno de Carvalho. E assim, higiénico e triunfal, segue o defeso em Portugal.



Fonte: Leonor Pinhão @ correio da manha

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